Eu inspirava o azul,
Exalava vapor branco, -
Ele voou, transformando-se em nuvens.
A neve rangia debaixo de mim -
Rangendo, minguou.
E os montões de neve convidavam a se deitar.
E soou a melancolia que se canta na canção sem alegria:
como o cocheiro congelava nesta estepe perdida e desconhecida, -
Posto para dormir, o sol amarelo congelava o cocheiro,
e ninguém disse: mexa-se, levante-se, não durma!
Tudo está parado na Rússia
Até as papoulas na neve
Arrastou-se, patinou, para não afundar-se -
Me guarde e me salve
Permita me divertir na tempestade de neve
Permita não deitar, não adormecer, não me esquecer!
Aquele cocheiro-feiticeiro largou o chicote - para onde fugir?! -
Ele orou para Cristo, estupidificado das verstas cobertas de neve...
Ele, chicoteando os cavalos, talvez se aquecesse um pouco assim
Mas ele, em bondade, teve pena e não bateu neles - e congelou.
O seu reflexo
ele viu no vazio -
e a surpresa me tomou: quando seria a hora
De ceifar-se a vida
Eu estou até o peito na mentira
Sim, o mesmo eu que devia estar no buraco de gelo!
As tempestades de neve rugem, cantam - quem ficará de pé?!
É preciso entrar no buraco, mas sozinho e sem por as mãos.
O vapor sai da boca - eh! a minha alma rompe para fora
Sai toda - enterrem-me, vou me esfaquear, tirem a faca!
A neve rodopia sobre a terra
Sobre os meu país
Deita-se suavemente, convida a beber
Ah, o cocheiro ousado
bebe e chicoteia os cavalos,
e o cocheiro sóbrio - congela.
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